sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Das vantagens de ir a pé para o trabalho


Acordar e, como de costume, ir à janela para ver como está o tempo (e ficar feliz por o dia estar lindo, o primeiro ensolarado da primavera que chegou).

Tomar um banho ouvindo o CD novo (Carla Bruni, uma opção diferente), e vestir uma roupa leve (finalmente!) após tantas semanas de agasalho. Como é sexta-feira, um bom par de tênis confortáveis ao invés de sapatos.

Aí é que chega a parte de lá do título, de sair caminhando pela urbe.

Ver a vizinha nova saindo com um bebê que te dá o sorriso mais gostoso do mundo, e depois fica olhando os periquitos em revoada fazendo algazarra, deitado no carrinho mirando o céu azul.

Passar no Mc e pegar aquele copo de café com leite pra viagem (pra variar, eu andando na rua com um café na mão... muuuuuito original! Rsrsrs). E ser bem atendido, o que é melhor ainda.

Encontrar todos os semáforos (semáforos... é, me empaulistei MESMO) do caminho favoráveis a você e, na única rua que não os tem, o taxista pára o carro e te dá passagem. Gentileza ainda existe e faz muito bem (a quem dá e recebe).

Na frente do escritório do famoso canal de TV a cabo, a moça desconhecida de óculos escuros te pergunta as horas, e aproveita para emendar com outra pergunta: “O que é isso aí que você ta tomando? Parece estar muito bom!” A pergunta pelas horas vira um papinho rápido e gostoso de menos de um minuto. Ela tem que trabalhar e você também...

Num cruzamento, outra moça, ainda mais bonita, dentro do Golf preto ouvindo “Your Song” em alto e bom som (é a primeira vez que ouço alguém ouvir uma música decente com o som do carro a todo volume, pois geralmente o gosto musical do dono do carro é inversamente proporcional ao volume do rádio). Ela canta junto com o Elton John e sorri, divertidamente acanhada, percebendo que você olhava. Você devolve o sorriso, lembra da cena do “Moulin Rouge” e a música te acompanha, na cabeça, até a esquina do escritório.

Justamente nessa esquina, o rapaz te oferece o jornal (daquele distribuído nos... semáforos!). O jornalzinho é meio ruim, mas o rapaz oferece com tanta educação e tão sinceramente, que você aceita só por causa dele.

Você chega ao trabalho, agradece a Deus pela caminhada, tira os óculos escuros, termina de tomar o café com leite...

E escreve o primeiro post, após muito tempo de insistência de amigos!

E você? Repara no que vai colhendo pelo caminho rumo ao trabalho?